sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A Crise da OTAN no Afeganistão



A foto que ilustra o post foi tirada pelo britânico Tim Hetherington e lhe rendeu o prêmio World Press Photo de 2007. Ela mostra um soldado exausto numa trincheira no Afeganistão. Não por acaso, a honra foi concedida num momento em que a OTAN enfrenta sérias disputas internas sobre como conduzir a guerra naquele país. Os Estados Unidos pressionam seus aliados europeus, em particular Alemanha, França, Itália, Espanha e Grécia para reforçar suas tropas nas reigões leste e sul do Afeganistão, para o combater os Talibãs, que se fortaleceu na área.

Há cerca de 42 mil soldados da OTAN no Afeganistão. Os europeus (com exceção dos britânicos) têm privilegiado um enfoque mais voltado para temas como reconstrução nacional, ao passo que os anglo-americanos valorizam a perspectiva de que o mais importante é derrotar militarmente os Talibãs. A distância entre as duas posições têm diminuído, porque as novas doutrinas bélicas dos Estados Unidos estão mais próximas dos europeus.

O presidente afegão, Hamid Karzai, tem tido conflitos com a OTAN. Ele recusou a nomeação de um lord britânico como enviado especial ao país, alegando que era uma interferência indevida sobre a soberania. Na foto abaixo, ele está com os ministros das relações exteriores dos EUA e do Reino Unido, tentando consertar as coisas.



A OTAN foi criada em 1949 como uma aliança contra a União Soviética. Após o fim desta, muitos previram que a organização também terminaria. Na realidade, ela se expandiu, incorporando os países da Europa Oriental e do Báltico. Em 1999, a OTAN travou sua primeira guerra – contra os sérvios, para impedir que eles cometessem genocídio contra a minoria étnica de origem albanesa, na província do Kosovo. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, a aliança se juntou aos esforços americanos para varrer os Talibãs do Afeganistão. É a estréia da organização fora da Europa.

Essa guerra já dura mais de seis anos – já ultrapassou em duração a Segunda Guerra Mundial. Há grandes polêmicas sobre os resultados obtidos. Certo, os Talibãs foram expulsos de Cabul e perderam o controle do país, mas continuam a perpetrar diversos ataques terroristas no Afeganistão, que segue sendo um dos lugares mais pobres do planeta. O tráfico de ópio também tem aumentado.

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